quarta-feira, 26 de outubro de 2016

NARCISISMO, MITO E CARACTERÍSTICAS




                                                                     " É que Narciso, acha feio o que não é espelho"
                                                                          Versos de ‘Sampa’, de Caetano Veloso

Narciso era uma das criaturas mais lindas já existentes. Por causa de sua beleza, as mulheres ficavam encantadas pelo jovem mancebo, filho de Cefiso e Liríope.
O nome Narciso ( narkhé = torpor, como em narcótico para nós) já parece indicar o que sua existência significaria: sua beleza entorpece, atordoa, embaraça a todos aqueles por quem ela é vista.
No dia de seu nascimento, o adivinho Tirésias vaticinou que Narciso teria vida longa desde que jamais contemplasse a própria figura. Com a sua beleza atraio o desejo de muitas ninfas, entre elas Eco, a qual foi repelida. Desesperada, esta ficou doente e pediu a Deusa Némesis que a vingasse.
Narciso, durante uma caçada, fez uma pausa junto a uma fonte de águas claras. Olhando-as, viu-se refletido nas águas e supôs estar a ver outro ser. Paralisado, nunca mais consegui desviar os olhos daquele rosto que era o seu. Apaixonado por si próprio, Narciso mergulhou os braços na água para abraçar aquela imagem que não parava de se esquivar. Torturado por esse desejo impossível, chorou e acabou por entender que era ele mesmo o objecto do seu amor. Ficou a contemplar a sua imagem até morrer. A flor conhecida pelo nome de Narciso nasceu, então, no lugar onde morrera.
Segundo Freud, em vários de seus artigos, ele descreve sobre Narcisimo como "Neurose Narcisica" ,Freud teorizou que o narcisismo incluía a ego-absorção, amor pelo próprio ego e auto-engrandecimento.
Narcisistas são frequentemente fechados, egocêntricos e solitários. Se interessam  por tudo que faça parte de si mesmo.
Se acham melhor que todos, tudo que possui é melhor, mesmo que tenha comprado algo igual ao do "amigo" ele vai dizer que onde comprou é melhor.
Excessiva importância ao corpo – Os narcisistas são sedutores de atenção, logo, têm de estar perfeitos ou “caminhar” para isso;
Tem razão em tudo que fala , "o dono da verdade", raramente assume a responsabilidade pelos problemas e, em vez disso, culpa os outros.
Gosta de ser o centro das atenções
Em seu trabalho, tem que se destacar sempre... é o profissional mais competente, segundo ele.
Ninguém presta em sua opinião, Ele/a drena você, vive da sua energia.
É autoritário
 O narcisista expressa pouca emoção, não se apaixona, pois já é apaixonado do si mesmo;
Os narcisistas tratam os seus parceiros sexuais como troféus, divulgando-os para o mundo;
Inconscientemente, o narcisista não se acha o maior, mas quer convencer-se que seja. Porque no seu inconsciente mais profundo, ele é uma criança sem valor, daí a necessidade de constante valorização estrando ao mundo como são amados pelo mundo.

Psicóloga Sandra Vieira

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

O MITO DE SÍSIFO

O mito de Sísifo
Considerações: Cris Vieira


Sísifo era um pastor de ovelhas e filho de Éolo, o deus dos ventos. Era tido como a pessoa mais ardilosa que já existiu. Morava num povoado chamado Éfira e, ao melhorar as condições do lugar, passou a chamá-lo de Corinto, que mais tarde se tornou uma grande cidade. Casou-se com Mérope, filha do deus Atlas e que compõe uma das plêiades.
Um dia, Sísifo percebeu que seu rebanho diminuíra. Estava sendo roubado. Então, marcou suas ovelhas, seguiu o rasto delas e foi dar na casa de Autólico. Arrolou testemunhas da ladroagem e enquanto os vizinhos discutiam sobre o roubo, rodeou a casa em busca de mais alguma ovelha e encontrou a filha do ladrão, Anticleia. Seduziu-a e a engravidou, vingando-se do malfeitor.
Voltando para casa, Sísifo, que andava sempre escondido, presenciou Zeus, o deus do Olimpo, raptando Egina, filha de Asopo. Não deu outra, aproveitando-se do fato, Sísifo, em troca da construção de um poço para sua cidade, entregou o deus sedutor. Claro que Zeus ficou sabendo que Sísifo o tinha dedurado, então pediu que seu irmão Efaístos o levasse para o Hades, mundo subterrâneo onde viviam as almas condenadas.
Pressentindo a fúria de Zeus, Sísifo pede à esposa que não o enterrasse após sua morte e, chegando ao Hades, arma uma cilada para Efaístos e o aprisiona. Conversa com Perséfone, a esposa do deus, e a persuade a deixá-lo voltar e organizar o seu funeral, além de punir os que negligenciaram seu enterro. Ela lhe concede a volta por apenas três dias. Mas, voltando à superfície, ele passa a viver normalmente com sua esposa, como se nada tivesse acontecido.
Vendo aquele absurdo, pois ninguém deveria enganar a morte, Zeus ordenou que Hermes o conduzisse novamente ao Hades e que lá recebesse um castigo exemplar. Deveria rolar uma enorme pedra morro acima, até o topo. Porém, chegando lá, o esforço despendido o deixaria tão exangue que a pedra se lhe soltaria e rolaria morro abaixo. No dia seguinte, o processo se daria novamente, e assim pela eternidade, como forma de envergonhá-lo pela sua esperteza em querer enganar os deuses e a morte.
Considerações: Cris Vieira
O mito, nos fala de nossa impotência diante da morte, de nossa tentativa de sermos eternos, de nossas tentativas de mudar o outro, sem antes pensar em si mesmo.
Quantos esforços inúteis pela perfeição, que ainda não é possível.
Angústias diante das dificuldades em nome de ideologias fúteis e vazias.
Muitos ainda vivem uma vida sem razão, objetivo, vivendo na rotina, sem mudanças construtivas, dentro de um sofrimento árduo e contínuo, como o empurrar da pedra morro a cima.
Segundo Camus : "Grande parte da nossa vida é construída sobre a esperança do amanhã, do amanhã que nos aproxima da morte, e é o último inimigo; pessoas vivem como se elas não tivessem a certeza da morte"
Para Camus é sem sentido viver para morrer, mas o sentido está na liberdade das escolhas que fazemos da vida, e quem nos garante que a morte é o fim?

terça-feira, 2 de agosto de 2016

TRANSTORNO BIPOLAR

ATENDENDO A ALGUNS PEDIDOS, VOU EXPLICAR, RESUMIDAMENTE SOBRE TRANSTORNO BIPOLAR DO HUMOR.








POR: SANDRA CRISTINA VIEIRA

TRANSTORNO BIPOLAR SE APRESENTA NA FORMA CHAMADA DE" FASES" , DE POLARIZAÇÃO DO HUMOR, ACOMPANHADOS DE OUTROS SINTOMAS SECUNDÁRIOS A ESTA POLARIZAÇÃO.
AINDA HJ SEU DIAGNÓSTICO É UM DESAFIO, DADO QUE MUITAS ATITUDES E COMPORTAMENTOS CRIAM DIFICULDADES NO DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL.
O TRANSTORNO É CARACTERIZADO POR ALTERNÂNCIAS DE HUMOR, ORA EM ESTADO DEPRESSIVO, ORA, EM ESTADO DE EUFORIA, PODENDO ESTA VARIAÇÃO SE DAR EM SEMANAS, DIAS, OU ATÉ MESMO EM HORAS. VARIA MUITO DE PACIENTE PARA PACIENTE.
UM INDIVÍDUO PODE APRESENTAR APENAS EPISÓDIOS DEPRESSIVOS AO LONGO DO CURSO E UM ÚNICO EPISÓDIO DE MANIA, AINDA ASSIM CARACTERIZA O DIAGNÓSTICO DE TB.
O TRANSTORNO É RECORRENTE E CÍCLICO EM MUITOS CASOS.
A FASE QUE CONSIDERAMOS MAIS GRAVE É A EUFORIA , OU "MANIA", TAIS PACIENTES APRESENTAM IRRITABILIDADE ( SEM MOTIVOS APARENTES)
MUITA ANSIEDADE
AGRESSIVIDADE ( CONTRA SI MESMO) OBSERVA-SE EM DETRIMENTO DESTA OCORRÊNCIA VÁRIOS SUICÍDIOS .
FALAM MUITO RÁPIDO
DISTRATIBILIDADE
FALTA DE SONO
PENSAMENTOS FANTASIOSOS E DE GRANDEZA ( MUITOS SE VEEM COMO SUPER-HERÓIS, OU CREEM TER PODERES ESPECIAIS).
NA FASE DEPRESSIVA OBSERVAMOS :
HIPOMANIA
PERDA DE INTERESSES E PRAZER
BAIXA AUTOESTIMA
CHORO CONSTANTE
FALTA DE APETITE
EM ALGUNS CASOS FOBIAS SOCIAIS E E OU OUTRAS
EM EPISÓDIOS GRAVES SÃO CONFUNDIDOS COM A ESQUIZOFRENIA ( ATENTA\R BEM PARA ESSE FATO, AFIM NÃO CONFUNDIR O DIAGNÓSTICO), NA FORMA DE FUGA DE IDEIAS, PENSAMENTO INCOERENTE E IDEIAS DE CONTEÚDO PARANÓIDE.


NARCOLEPSIA

NARCOLEPSIA












Por: Sandra Vieira
A principal característica de narcolepsia é Sonolência excessiva durante o dia (EDS), mesmo depois de sono de tempo noite adequada. Uma pessoa com narcolepsia é susceptível de tornar-se sonolento ou adormecer ou apenas ser muito cansado durante todo o dia, muitas vezes em locais e horários inadequados. Cochilos durante o dia podem ocorrer com pequeno aviso e podem ser fisicamente irresistíveis. Estes planos de acção nacionais podem ocorrer várias vezes ao dia. Eles são normalmente refrescantes, mas apenas por algumas horas. Sonolência pode persistir por longos períodos de tempo. Além disso, a sono de noite de tempo pode ser fragmentado com despertares frequentes.
Quatro outras sintomas clássicos da desordem, muitas vezes referido como o "Tétrade de narcolepsia," são cataplexia, paralisia do sono, alucinações hipnagógicas e comportamento automático... Estes sintomas podem não ocorrer em todos os pacientes. Cataplexia é uma condição episódica com perda da função muscular, variando de leve fraqueza (tais como limpness no pescoço ou joelhos, músculos faciais flacidez ou incapacidade de falar claramente) para completar o colapso do corpo. Episódios podem ser disparados pelo súbitas reações emocionais como riso, raiva, surpresa ou medo e podem durar de alguns segundos a vários minutos. A pessoa permanece consciente em todo o episódio. Em alguns casos, cataplexia pode assemelhar-se as crises de epilepsia. Paralisia do sono é a incapacidade temporária para falar ou mover quando acordar (ou menos frequentemente, quando adormecer). Ele pode durar alguns segundos ou minutos. Isso é muitas vezes assustador, mas não é perigoso. Alucinações hipnagógicas são experiências vivas, muitas vezes assustadoras, sonho que ocorrem enquanto cochilando, caindo dormindo e/ou ao despertar.
Comportamento automático significa que uma pessoa continua a função (falando, colocando as coisas fora, etc.) durante os episódios de sono, mas acorda sem memória de realizar tais atividades. Estima-se que até 40 por cento das pessoas com narcolepsia experiência comportamento automático durante os episódios de sono. Paralisia do sono e alucinações hipnagógicas também ocorrerem em pessoas que não têm narcolepsia, mas mais freqüentemente em pessoas que sofrem de extrema falta de sono. Cataplexia é geralmente considerada exclusivo a narcolepsia e é análoga a paralisia do sono em que o mecanismo de paralisia geralmente protetora que ocorrem durante o sono inadequadamente é ativado. O oposto desta situação (falha para ativar essa paralisia protetora) ocorre em desordem de comportamento rapid eye movimento.
Na maioria dos casos, o primeiro sintoma de narcolepsia apareça é excessiva e esmagadora sonolência durante o dia. Outros sintomas podem começar sozinho ou em combinação meses ou anos após o início do Pan durante o dia. Há grandes variações no desenvolvimento, a gravidade e a ordem de aparecimento de cataplexia, paralisia do sono e alucinações hipnagógicas em indivíduos. Apenas cerca de 20 a 25 por cento das pessoas com narcolepsia experimentar todos os quatro sintomas. A sonolência diurna excessiva geralmente persiste ao longo da vida, mas a paralisia do sono e alucinações hipnagógicas não podem.
Embora estes sejam os sintomas comuns de narcolepsia, muitas pessoas com narcolepsia também sofrem de insônia por longos períodos de tempo. Os sintomas de narcolepsia, especialmente a sonolência excessiva durante o dia e cataplexia, muitas vezes se tornar graves o suficiente para causar sérios problemas na vida social, pessoal e profissional da pessoa. Normalmente, quando um indivíduo está acordado, ondas cerebrais mostram um ritmo regular. Quando uma pessoa primeiro adormece, as ondas cerebrais tornam-se mais lento e menos regular. Este estado de sono é chamado de sono do movimento não-rapid eye (NREM). Após cerca de uma hora e meia de sono NREM, as ondas cerebrais começam a mostrar um padrão mais ativo novamente. Este estado de sono, chamado sono REM (rapid eye movimento sono), é quando mais lembrado sonhando ocorre. Associado com as ondas de EEG-observado durante o sono REM, atonia muscular está presente (chamado atonia REM).
Em narcolepsia, a ordem e a duração dos períodos NREM e sono REM sejam perturbados, com sono REM que ocorram no início do sono em vez de após um período de sono NREM. Assim, a narcolepsia é um distúrbio no qual REM sono aparece num momento anormal. Além disso, alguns dos aspectos do sono REM que normalmente ocorrem somente durante o sono — falta de controle muscular, paralisia do sono e sonhos vívidos — ocorrer outras vezes em pessoas com narcolepsia. Por exemplo, a falta de controle muscular pode ocorrer durante a vigília em um episódio de cataplexia; Ele diz que é invasão de REM atonia durante a vigília. Paralisia do sono e sonhos vívidos podem ocorrer ao cair no sono ou acordar acima. Simplificando, o cérebro não passar pelas fases normais de sono profundo e dozing mas vai diretamente (e para) rapid eye movimento (REM) sono.
Isso tem várias consequências. Sono de noite de tempo não inclui como sono muito profundo, então o cérebro tenta "apanhar" durante o dia, portanto, EDS. Pessoas com narcolepsia visivelmente podem adormecer em momentos imprevisíveis (tais movimentos como cabeça balançando são comuns). Pessoas com narcolepsia cair rapidamente no que parece ser muito profundo sono, e eles acordar de repente e podem ser desorientados quando eles fazem (tontura é uma ocorrência comum). Eles têm sonhos muito vivas, que muitas vezes Lembre-se em grande detalhe. Pessoas com narcolepsia podem sonhar ainda quando eles apenas adormecer durante alguns segundos.

MORTE

Morte




                         
POR: Cris Vieira

                                       "Quem ensinasse os homens a morrer, os ensinaria a viver (Montainge)

A morte é o destino inexorável de todos seres vivos, a única certeza que o homem tem, e que o permeia o tempo todo.  A própria perda nos remete a morte, vivida como fim, processo acabado.
Não somos ensinados a morrer, falar em morte é tabu ,esse tema é evitado e ignorado, fazendo com que vejamos a morte como algo que acontece com os outros e não conosco. A questão principal é que não temos coragem de encarar nossa finitude, pois ela nos faz sentir que não somos tão importantes ou tão especiais assim.
Sempre ouvimos: Fulano morreu, ele não merecia morrer assim, ou ele foi muito cedo...Falei ontem com ele,ou, tanta gente ruim, levaram logo ele, trabalhador..... Visão da morte como castigo, punição ...nos séculos XIX e XX, tem inicio a influência da medicina na história da morte, que passa a ser considerada como algo negativo, pois é estudada em função da doença.
 Já no século XX, a morte não é vista como horrível, nem agradável, torna-se simplesmente ausente, torna-se um evento solitário, que muitas vezes, é transferida para os hospitais, onde se vêem os sintomas, as doenças, mas não a proximidade da morte, nada se falando a respeito. Quando eu trabalhei no setor oncológico, via a morte todos os dias e não entendia poRque num lugar onde há presença constante da morte a mesma não era referida em seu nome, não se dizia fulano morreu, mas o leito tal fechou.
Com o avanço da medicina, a morte pode ser "adiada" mas não evitada, trazendo a ilusão  de onipotência.
Pensar no morrer incomoda, porque viver também incomoda, afinal o homem vive em busca de um significado para a vida e tenta inutilmente encontrar significado “fingindo” que é imortal e que a morte nunca vai chegar, pois com tal fantasia haverá muito tempo para procurar (e encontrar) um sentido para a vida. Desta forma, nega-se a única e grande certeza que temos na vida: SOMOS MORTAIS e podemos lidar bem ou mal com a morte, mas não podemos fugir dela.
Kubler Ross, nos descreve as cinco fazer do luto, em pacientes terminais, fases estas muito bem observadas em pacientes prestes a morrer.
1-Negação
Seria uma defesa psíquica que faz com que o indivíduo acaba negando o problema,evitando falar sobre o assunto, negando completamente a possibilidade de morrer.
2-Raiva
Nessa fase o indivíduo se revolta com o mundo, se sente injustiçado e não se conforma por estar passando por isso. Por que eu? Que fiz pra merecer isso?
3-Barganha
Essa é fase que o indivíduo começa a negociar,faz barganha com Deus.É com o discurso “Vou ser uma pessoa melhor, serei mais gentil e simpático com as pessoas, irei ter uma vida saudável.”
4-Depressão
Já nessa fase a pessoa se retira para seu mundo interno, se isolando, melancólica e se sentindo impotente diante da situação.
5- Aceitação
É o estágio em que o indivíduo não tem desespero e consegue enxergar a realidade como realmente é, ficando pronto pra enfrentar  a morte.
Nunca estamos prontos para morrer, nossas malas nunca estão prontas para a partida, nem para nossa e nem para a morte de nossos entes queridos, penso que este fato é que dificulta ainda mais o nosso viver. Por outro lado a morte traz a idéia da finitude, e como disse, de punição . Quando quero punir alguém, digo, que morra, ou quando não suporto viver, não suporto a dureza da vida, a mato, na intenção de por fim ao sofrimento. Também matamos aqueles que não correspondem aos nossos desejos, punindo ou fazendo deaparecer a rejeição que sinto em realação ao outro.
Edgar Allan Poe , em seu poema, O CORVO. Descreve sua percepção sobre a morte na figura do corvo .Ao longo do poema, o animal agourento parece dizer: ”Nunca Mais”; como que a lembrar ao poeta a inevitabilidade histórica da morte. O conflito interno do poeta e ‘refletido na figura macabra do corvo. Ao passo que o animal lembra o tempo todo, a tristeza e a saudade de alguém que não se terá mais, no caso sua amada falecida.
Os poetas sabem bem por em palavras suas dores e sofrimentos, vivendo em cada palavra sua morte do dia a dia em vida, lembro aqui, então, Vinícius:
  A morte vem de longe
Do fundo dos céus
Vem para os meus olhos
Virá para os teus
Desce das estrelas
Das brancas estrelas
As loucas estrelas
Trânsfugas de Deus
Chega impressentida
Nunca inesperada
Ela que é na vida
A grande esperada!
A desesperada
Do amor fratricida
Dos homens, ai! dos homens
Que matam a morte
Por medo da vida.
V. DE MORAES, 1954.

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

CULPA





CULPA



Por: Cris Vieira
Se nada há que me aqueça esta frieza; 
Se estou cheio de fel e de tristeza... 
É de crer que só eu seja o culpado! 
Antero de Quental, in "Sonetos"

Sentimos culpa , sempre fazemos algo que julgamos errado, por nós , ou pela sociedade. Ativamos a preocupação e passamos a rever mentalmente o "erro" várias vezes, numa tentativa de punição, pois o sujeito tem em si o anseio a perfeição,  'quanto melhor uma pessoa quer ser, menos ela admitirá erros".
A culpa surge como uma forma de a pessoa tentar superar ou dissimular a sua insignificância pela condição de ser humano",  a culpa é o cultivo e manutenção da sensação de que tudo depende da pessoa e é ocasionado por ela.
Pessoas que cultivam esse sentimento, geralmente são controladoras e tudo deve sair como ela deseja, são manipuladoras , na tentativa que nada fuja ao seu controle, pois qualquer coisa errada, a culpa recaí sobre ela. A contradição entra neste momento, tentam a todo custo que tuda saia de forma correta, mas faz isso justamente porque sabem que nada é perfeito e algo vai dar errado, logo vai sentir culpa, como diz a psicanálise é um ganho secundário, a pessoa atrai a culpa e vive se punindo por isso, neste caso estamos falando já de um grau patológico, trata-se de uma dívida impagável". As consequências de guardar o sentimento vão desde tratar mal os outros, viver encontrando culpados para tudo, reclamar sempre; como depressão, alcoolismo, vício em drogas e isolamento.
Como Lidar:
O primeiro passo para enfrentar o problema é identificar o sentimento de grandeza. Depois, a pessoa deve saber que a vida não é controlável e que o ser humano pode errar. Segundo , é preciso entender a diferença entre responsabilidade e culpa. Culpa é o sentimento originado da ideia de que as coisas têm que acontecer como a pessoa quer, responsabilidade é assumir que você é responsável por suas atitudes.
O Tratamento psicólogico é necessário, pois, com a culpa outros sentimentos estão envolvidos, como a raiva e o medo; A Raiva quando vejo que algo fugiu ao controle, e como também, culpa por sentir raiva ( em nossa sociedade, raiva ainda é vista como sentimento ruim) e medo, medo de sentir culpa.

sexta-feira, 4 de março de 2016

PSICOPATIA


 Psicopatia vem da etmologia grega PSICO-  Do grego ψυχο- alma  e como o sufixo PATIA- significa mórbido, padecimento, moléstia, ou aduzido como sufixo traz no seu bojo a ideia de doença.
Como se descreve no DSM-IV diferencia a Psicopatia da Personalidade Anti-social ou Sociopatia, eu particularmente prefiro fazer a distinção, mas no meio acadêmico muitos profissionais consideram correspondentes.
A Personalidade Anti-social  ou Sociopata ,costuma ser, por alguns autores, referida sempre em relação ao comportamento, ou seja, em relação às violações das normas sociais, propensão para enganar, usar nomes falsos ou ludibriar os outros; impulsividade ou fracasso para fazer planos para o futuro; instabilidade e agressividade; desrespeito irresponsável pela segurança própria ou alheia; irresponsabilidade consistente; ausência de remorso. Podem , também, ser identificados com líderes excêntricos de seitas, cultos e associações mais excêntricas ainda.
Quando o grau dessa insensibilidade se apresenta elevado, levando o indivíduo a uma acentuada indiferença afetiva, ele pode adotar um comportamento criminal recorrente e o quadro clínico de transtorno de personalidade assume o feitio de psicopatia.
O Psicopata não apresenta nenhum tipo de desordenação, desorientação ou desequilíbrio, ou seja, não manifestam nenhum tipo de sofrimento psicológico.Não sentem culpa , tem prazer no sofrimento alheio. São frios e imparciais. Podem contar como matam suas vítimas sem qualquer manifestação de remorço, medo ou preocupação.
É muito difícil distinguir um Psicopata em meio social, este é muito inteligente, sedutor, perspicaz , envolve sua vítima numa trama muito bem elaborada. Diz o que ela quer ouvir, se mostra amigo, gentil e muito confiante, arma uma verdadeira teia de aranha, e quando a vítima cai nesta trama ,muito raro consegue escapar. Mesmo para um experiente profissional, é difícil, as primeiras vistas, perceber a patologia.
Quanto ao tratamento , ainda não não existem comprovações tão efetivas que afirmem com precisão que eles podem, de fato, se recuperar após um tratamento psiquiátrico ou psicológico, mesmo porque , estes não buscam tratamento, pois não formam vínculos emocionais, afim de se beneficiar com a terapia.



Outra questão muito discutida é quanto classificar a Psicopatia como doença mental ou não.Quando cometem um crime serão levados para a cadeia comum, ou para o Hospital Psiquiátrico?
Portadores do Transtorno da Psicopatia, especialmente, nos desafios que o judiciário enfrenta, devido a falta de lei específica para os psicopatas. O tema vem gerando discussões entre a Psiquiatria e os Juristas, com relação ao psicopata ser ou não doente mental.Seria o psicopata imputável, semi-imputável ou inimputável? Por que não existe lei específica para os crimes cometidos apenas por psicopatas, dando providências dependendo do seu grau de periculosidade?
Como profissional  avalio que o psicopata , mesmo com transtornos mentais, devem ter uma lei específica para os mesmos, pois eles sabem que cometem delitos, embora não se arrependam, o que o tornam ainda mais perigosos e ameaçadores, para conviver em sociedade  e em ambiente comum, como Hospital Psiquiátrico .
Sandra Cristina Vieira
Psicóloga Clínica Cognitiva